Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



domingo, 6 de janeiro de 2008

Resiliência: aprendi com vocês!

Em homenagem à cor do réveillon, resolvi fazer as pazes com as histórias do ano.

Mulher tem essa mania chata de classificar homem em apenas duas e limitadas categorias: aqueles que morrem pela gente e os cafajestes.

E onde ficam os que gostam da gente, respeitam, têm tesão, se divertem, adoram nossa companhia, adoram dormir de conchinha com a gente, curtir, conversar, beijar, dar risada, falar besteira?

Por que deixamos de identificar e compreender essa imensa legião de homens gente boa que nos adoram, mesmo não querendo, necessariamente, namorar ou casar com a gente?

É normal e até saudável que nem todos os caras que me conhecem queiram passar os próximos 89 anos ao meu lado. Então, por que raios, só porque não ganhei um anel de ouro branco com pequenos diamantes para a mão esquerda, passei mais da metade da minha existência odiando todos os coitados que fizeram parte da minha vida por alguns meses, anos ou até mesmo (ai, esses eu até tinha motivo pra odiar, vai, mas ando boazinha) dias?

Nos últimos tempos, conheci pessoas muito legais. Que me melhoraram como mulher, profissional e até mesmo como ser humano. Aprendi, por exemplo, com um que durou coisa de seis meses, como fazer o melhor bolo de cenoura do mundo. Reconheci, depois de levar umas broncas de um que não passou de dois meses, o quão feio era eu ligar para o celular dele no meio de suas reuniões com os gringos...


E teve também o de poucos dias que me ensinou algo muito importante para continuar merecedora do mundo adulto: a nunca mais gostar tanto de alguém em poucos dias. Era óbvio que eu estava gostando muito mais de estar gostando (ou seja: de mim mesma) do que propriamente dele, que ainda nem era algo real.

O de mais ou menos 3 meses me deu a dica de um creme sensacional para ressecamento labial de inverno. O de cinco semanas e três dias me apresentou um ótimo restaurante. Mas, exemplos fulos à partes, a verdade é que todos acabaram melhorando alguma coisa em mim. Seja meu gosto musical, literário, gastronômico, espiritual, sexual ou até mesmo meus cuidados com a aparência (com esse aumento considerável de metrossexuais, quando a gente não ganha um bom namorado pra puxar aquele fios mais fininhos da nuca, pelo menos ganha ótimos “amigos” para dividir dicas de anti-sinais e promoções de grife).

Acredito até que esses homens me melhoraram tanto como pessoa, que eu sai da minha bolhinha egocêntrica e estou aqui, escrevendo essas linhas em defesa deles.

As mulheres reclamam que os homens são toscos na hora de classificar uma lady e vão direto ao: pra casar ou pra transar. Mas nós fazemos o mesmo quando replicamos a estupidez e rotulamos: existem os que querem casar com a gente e os que querem transar com a gente. Nada disso. Até os mais errados, se pararmos pra pensar, podem ter sido grandes acertos. Hoje, quando eu lembro de todos os que me deram mais dor de cabeça do que propriamente alegria, penso no Woody Allen que diz: “Comédia é igual a tragédia mais distância”.

É graças a esses malas que hoje, depois de algum tempo, eu posso me divertir escrevendo textos engraçados para que você, espero eu, possa se divertir lendo. No final das contas (e essa foi a melhor lição que eu aprendi com os homens), rir não é o que importa?

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