Leio. Releio. Volto a ler. Viro páginas. Avanço linhas.
Palavras minhas eu assino, dos outros eu transcrevo, dum passado que não teve futuro, dum presente que nunca exi stiu.
Frases que me fazem sorrir, outras que me inundam o olhar.
Histórias que fazem a minha história, remotas ou recentes, e que por muitas letras que destrua ficarão sempre na memória.

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Desejo a você total liberdade para que rasgue páginas neste espaço. Rasgar, romper, transformar algo em outro novo, mesmo que a si mesmo.
A vida é uma sucessão de rasgos, remendos, feituras e escolhas.
Esteja LIVRE!



segunda-feira, 11 de junho de 2007

Eu mudaria a minha vida de lugar


Se no lugar da paixão, o amor.
Se no lugar de nuvens carregadas, o sol.
Se no lugar do pijama de cetim, os teus dedos.
Se no lugar dos lençóis, o teu corpo.

Talvez no lugar da distância, a tua presença...
Quem sabe assim as horas não se arrastassem tão devagar, nem eu sentisse os braços tão vazios e a alma desamparada.

Talvez no lugar do nada, o tudo...
Quem sabe assim não te sentisse a falta... e o silêncio fosse preenchido com a tua voz

Se no lugar da saudade, tu.


Aprendizado-escol[h]a

Well, well, well, mais uma semana que se inicia, e eu, honestamente, espero – não , eu sei – que ela será feliz. Nos últimos dias tenho pensado muito sobre o que venha a ser este conceito de felicidade. Como estou aprendendo a ser prática nesta vida de Deus, começo a crer que há apenas duas alternativas nas nossas vidas: ser feliz ou não ser feliz. Escolhemos ser felizes, esta é a verdade. Pois nosso estado interior de paz, calma, serenidade não deve, e nem pode, estar condicionado a ansiedades e ou expectativas. Parece que numa atitude de fuga nós transferimos para o outro a responsabilidade, que é nossa, de sermos espíritos menos medíocres e mais alegres. É tão mais fácil ficar acuado, arredio, ou, então, deslocar-se para o extremo oposto e, atacar, sufocar, cobrar...

O tempo é algo que nos desafia a compreensão, e ele caminha lado a lado com a felicidade. Tentamos, inutilmente, adiantar o que será antes que ele seja. E, como conseqüência, não somos.

Boa semana a todos, e que SEJAMOS!

E EU... ESCOLHI SER FELIZ!!!!!!

sexta-feira, 8 de junho de 2007

[re]cado de mim para você



O medo de perder é o maior obstáculo para o nosso crescimento. Sobretudo o medo de perder alguém que nós dizemos amar. Essa emoção é a principal responsável pelo nosso sofrimento vital. Pois temos medo de sermos rejeitados pela pessoa que dizemos amar. O medo de perder aparece sob várias formas.

Medo de sermos criticados, rejeitados, de não sermos importantes, ilustres, amados e medo da solidão. Isso tudo se resume numa só palavra: Ciúme.

Ciúme é o medo de não possuir alguém, de não ser dono de alguém. Na relação ciumenta colocamos nós e o outro como objeto, como se objeto e pessoa fossem a mesma coisa. No ciúme temos medo de algum dia sermos rejeitados, dispensáveis à outra pessoa. Esta emoção é sofrimento de apego, torna a relação confusa, sofrida. Isto já vem de nossa cultura quando dizem que o ciúme é a maior prova de amor. O que é justamente o oposto do amor. Na relação amorosa existe identidade: “eu sou independente de você”. Perde-se a identidade quando se diz: “eu sem você não valho nada, pra mim você é tudo”. O amor é solto, livre, vem do verdadeiro querer. Sem prisão de sentimentos, bem o contrário do ciúme, que amarra, prende, condiciona. A pessoa já não é ela mesma, mas ela é o que o outro quer que ela seja. Pra que também ela seja o que o outro quer. É um pacto de destruição mútua. Quando um usa o outro na garantia de não ficar sozinho, de não ser abandonada, passamos a vida inteira com medo de sermos hoje totalmente dispensáveis.

O homem é por definição dispensável, transitório e efêmero, aquilo que passa, isto é bastante real em todas as relações. Hoje somos substituíveis, o mundo sempre existiu sem nós, está existindo conosco e continuará a existir sem nós. Somos necessários aqui e agora. Mas seremos dispensáveis além. O medo da morte é o ciúme da vida, é a vontade falsa irreal de sermos permanentes, eternos e imutáveis, isso nos leva a crer que as coisas só têm valor, só valem a pena se forem eternas, só se tivermos garantia que sempre será assim como é. Mas como tudo é transitório e mutável pode se transformar. O medo de perder nos leva a um estado contínuo de sofrimento.

As conseqüências do ciúme são bem claras: se eu tenho medo de não ser amado, de ser abandonado, de ser dispensável a alguém, em vez de eu fazer tudo cada vez melhor, vou gastar toda minha energia, minha vida, para provar que já sou melhor, que já sou o primeiro, o que é mentira e nos conduz ao delírio. A falsidade de nossos atos, nossas iniciativas, nossas considerações, é tudo para mostrar que somos bons, fortes, perfeitos, capazes. Tudo é o medo de perder. É a vontade de ganhar. O medo de perder é assim, ganhando ninguém vai nos tirar. Gastamos nossas energias para defender o que já possuímos, e para conservar o que já ganhamos. Só temos que perder.

Com a vontade de ganhar por outro lado estamos sempre ativos procurando ganhar cada vez mais, ao invés de nos preocuparmos com possíveis perdas. O mais valioso para nós é a nossa vida, e esta nós já vamos perder, o resto é secundário. O medo de perder é justificativo, reativo, a pessoa fica sempre com o pé atrás e o outro no frente, sempre se prevenindo para não perder. A pessoa com vontade de ganhar é sempre ativa, sem medo de arriscar, sem medo de perder, sem a vivência antecipada do futuro, vive a beleza do momento, sabe que em tudo existe riscos e oportunidades. No medo da perda só vê os riscos. Na vontade de ganhar não significa ganhar de alguém, mas de si mesmo. A dar um passo em frente, estar sempre disposto a crescer um pouco mais, ninguém chega a seu limite máximo. Idade adulta não é o máximo de nossa vida, de nossa potência. Não existe pessoa madura, mas em amadurecimento. Quando paramos de crescer vem o sofrimento, e cada um sabe onde paralisou. Onde bloqueou a energia.

Até hoje não vimos um relacionamento deteriorar sem a presença marcante do ciúme, querendo ser o controlador dos sentimentos e ações da pessoa que se diz amar. Um profundo desamor a si mesmo e ao outro também. E a dor da incerteza é a raiva de não ter a segurança absoluta no relacionamento, a insegurança frente ao futuro. A loucura está aí, passamos a vida inteira tentando conseguir segurança. Segurança não existe. Ser seguro não significa acabar com a insegurança, mas sim aceitá-la como inerente à natureza humana. Nós não curtimos o hoje, que é importante, nem nos relacionamentos com os amigos, nem com os filhos. Não temos tempo, estamos cuidando do seu futuro, da nossa segurança.

O ciúme é a incapacidade de vivermos hoje a gratuidade da vida. Hoje é o primeiro dia do resto de nossa vida. Viver é deixar cada dia segundo seu próprio cuidado. O medo daquilo que pode acontecer tira a alegria de estar aqui e agora. O medo da morte tira a vontade de viver. Quando temos medo de perder alguém, é porque imaginamos que as pessoas são nossas. E não podemos perder o que não temos. Ninguém é de ninguém. Cada pessoa é única e exclusivamente dela mesma. Podemos perder tudo, bolsa, carteira, casaco, qualquer coisa, jamais uma pessoa.

Medo de perder é a obsessão do primeiro lugar, é querer ser sempre o primeiro em todos os lugares, em casa, no emprego, com os amigos. O primeiro lugar é amarelante, deteriorante, pois quando alguém chega ao cume da montanha só lhe resta descer. O segundo lugar é verdejante, esperançoso ainda tem aonde ir, para onde crescer. A postura do segundo lugar nos leva ao crescimento contínuo por que você se sente em segundo lugar mesmo que estivesse ocupando socialmente o primeiro lugar, não em relação ao outro mas a você mesmo, ou seja ainda teremos por onde crescer e melhorar.

Você sabe porque o mar é tão grande, tão imenso, tão poderoso? É porque teve a humildade de se colocar apenas a alguns centímetros abaixo de todos os rios do mundo, sabendo receber tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, alguns centímetros acima de todos os rios, não seria o mar, seria uma ilha e toda sua água iria para os outros, e ele estaria isolado. É impossível vivermos satisfatoriamente se não aceitarmos a queda, a perda, a morte. Precisamos aprender a perder, a cair, a errar e a morrer. Em outras palavras, se temos medo de cair, andar seria muito doloroso. Se temos medo da morte a vida é muito ruim. Se temos medo da perda, o ganho nos enche de preocupações. Esta é a figura do fracassado, dentro do sucesso. Pessoas quanto mais ganham, quanto mais melhoram na vida mais sofrem. Para a pessoa que tem medo de ficar pobre, quanto mais dinheiro tem, mais preocupada fica. Quanto mais sobe na escala social, mais desgraçada é a sua vida. Em compensação se você aprende a cair, a errar, a perder ninguém o controla mais. Pois o máximo que pode acontecer a você é cair, errar, perder, e isso você já sabe.

Bem aventurado aquele que já consegue receber com a mesma naturalidade, o ganho, a perda, o acerto, o erro, o triunfo, a queda, a vida e a morte.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Meditation



In my loneliness, when you're gone and I'm all by myself and I need your caress
I just think of you, and the thought of you holding me near
Makes my loneliness soon disappear.
Though you're far away, I have only to close my eyes and you are back to stay
I just close my eyes and the sadness that missing you brings
Soon is gone and this heart of mine sings
Yes I love you so, and that for me is all I need to know
I will wait for you till the sun falls from out of the sky, for what else can I do
I will wait for you, meditating how sweet life will be when you come back to me


(A.C. Jobim, N. Gibbel, N. Mendonca)
[Recorded Januare 31, 1967, Hollywood]

Frase do dia



Saber-se a si mesmo é como tentar quebrar a um espelho. Sangra, corta e você vê-se obrigado a olhar para seus pedaços, e a deixá-los refletir um você fragmentado, disperso, mas mesmo assim único.
----- Raquel Oliveira

[re]adaptação a mim

Súplica

"Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
e que nele posso navegar sem rumo,
não respondas
às urgentes perguntas
que te fiz.
Deixa-me ser feliz
assim,
já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer enquanto
o nosso amor
durou.
Mas o tempo passou,
há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
matar a sede com água salgada..."

Miguel Torga

terça-feira, 5 de junho de 2007

Caminhos cruzados...



Quando um coração que está cansado de sofrer
Encontra um coração também cansado de sofrer
É tempo de se pensar
Que o amor pode de repente chegar

Quando existe alguém que tem saudade de alguém
E este outro alguém não entender
Deixa este novo amor chegar
Mesmo que depois
Seja imprescindível chorar

Que tolo fui eu, que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar
Vem nós dois vamos tentar
Só um novo amor
Pode a saudade apagar

Palavras



Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança
em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento
Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento

segunda-feira, 4 de junho de 2007

MEDO DO DESCONHECIDO




Contam as lendas que um dia um espião foi preso e condenado à morte pelo general do exército persa. Sua sentença era o fuzilamento, mas o general tinha um
hábito diferente e sempre oferecia ao condenado outra
opção.
E essa outra opção era escolher entre enfrentar o pelotão de
fuzilamento ou entrar por uma porta preta.
Com a aproximação da hora da execução o general ordenou que trouxessem o espião à sua presença para uma breve entrevista.
Diante do condenado, fez a seguinte pergunta: o que
você quer - a porta preta ou o fuzilamento?
A escolha não era fácil, por isso o prisioneiro ficou pensativo e, só depois de alguns minutos, deu a
resposta: prefiro o fuzilamento.
Depois que a sentença foi executada o general virou-se para o seu ajudante e disse: "assim é com a maioria dos homens. Preferem o caminho conhecido ao desconhecido".
E o que existe atrás da porta preta? Perguntou o ajudante.
A liberdade, respondeu o general. E poucos foram os homens corajosos que a escolheram.
Essa é uma das mais fortes características do ser humano: optar sempre pelo caminho conhecido, por medo de enfrentar o desconhecido

Como podemos ser assim?


Tão humanos e tão cheios de dúvidas, medos, amores, paixões...
Hoje estou um caco de mim. É como se uma tempestade de sentimentos tenha me inundado a alma e eu me afoguei em meus sonhos, expectativas, alegrias e prazeres.
Sei que, ainda, há muito mar e que o meu nado-vida apenas começou. Mas é como se o frio d’água-o-outro me faz o coração bater mais acelerado. Paradoxal, a frieza me acelerar e não congelar o que me vai aqui dentro.
Meu Deus! Ajude-me a ser menos densa, menos ansiosa por tudo e a não querer que a vida siga um rumo-correnteza maior do que meu corpo e minha respiração dêem conta de me sustentar.
Quero alimentar-me de amor, carinho... E neste afã acabo vomitando atitudes que me sufocam... que me dão câimbra na razão, me fazem atirar-me mais e mais fundo na água-o-outro fria. Isto tudo sem arrependimentos... Pois a vida é líquida imensidão... E eu... transpiro desejo e paixão a nadar através d'
água-o-outro fria...mas que aquece a minh'alma por ser tão querido.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Um ano de saudade...

Hoje faz um ano que sua vida aqui terrena teve um fim. É tão estranho pensar em você assim, como parte do passado. É tão cruel sentir sua presença aqui ao meu lado todo o tempo, mas sem poder tocá-lo e nem lhe perguntar todas estas dúvidas que me vão n’alma.

Ler seu nome, ver suas fotos, lembrar de seu sorriso... Isto tudo sentindo a sua tristeza que também é a minha, desta saudade que apaga todo e qualquer limite entre o mundo dos vivos e dos mortos. Mas como é dolorido pensar-te assim, morto. Por que sei que agora está mais vivo do que antes em meu ser, em minha essência.

São tantas as lembranças... As pescarias, os torneios, as nossas viagens de carro Brasil a fora e as de pensamentos e diferenças alma adentro. Suas manias, seus gestos.. seu coçar a cabeça, as suas histórias todas as noites antes de eu dormir, o seu jeito de me chamar de “Doce”, meu primeiro sutiã que você comprou, insistindo que eu usasse brincos ["Doce, você vai ficar linda, filha!"], me levando pra fazer inúmeras provas e sempre me apoiando, nossas brigas [Esta é a pessoa que eu mais brigo, mas que mais gosto!], nossas idas aos jogos de futebol, seu choro na minha fornatura da faculdade, e seu sorriso quando passei no Mestrado [Vê se não vai virar "bestanda", hein?], seu pedido de que nós nos afastássemos, e os 6 meses sem lhe ver antes do seu desencarne... A sua capacidade de ser mais amigo do que pai, de me proteger sempre, e de ser mais emoção do que razão.

Suas dicotomias, tão suas.. que herdei como minhas. Sua existência explosiva e dócil, marcante em minha vida pra todo o sempre.

Sei que você está ao meu lado aqui quando escrevo estas linhas, e que está orgulhoso de como venho levando minha vida. Você faz parte desta minha história, e em cada momento meu, em cada passo que dou, elevo meus pensamentos e busco a ti. Escolhas em nossas vidas nos levam a caminhos sinuosos, perigosos, e findos. Que agora como espírito, você possa ter maior paz e a certeza de que eu sempre me orgulharei de ter lhe tido como meu PAI nesta vida. E que ainda que estejamos em planos diferentes, o amor que temos um pelo outro nos fará sempre “Doce” e “Du”. Que Deus lhe abençoe hoje e sempre!

Te amo, sempre!

Raquel

A felicidade



Hoje, volto aqui para rir de como estava ontem...

Sentimentos nascem e merecem ser ouvidos, cheirados, falados... extasiados...

E eu sou assim: densa, intensa e honesta.
Uma mulher plural, que duvida de tudo nesta vida exceto a uma maravilha: a de SER!!

A felicidade

Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A felicidade é uma coisa louca
Mas tão delicada também
Tem flores e amores de todas as cores
Tem ninhos de passarinhos, tudo de bom ela tem
E é por ela ser assim tão delicada
Que eu sempre trato dela muito bem

Tristeza não tem fim
Felicidade sim